SONAR NA IMPRENSA - 25/03/2015

Investimentos no Exterior: atual cenário demanda mudança de postura do investidor.

Ricardo Ribeiro – sócio-diretor da Sonar Investimentos

 

Nos últimos anos tem se falado muito sobre investimentos no exterior. A motivação é clara: além de diversificar a carteira, os investimentos no exterior estão imunes aos riscos específicos do Brasil como o político, e os regulatórios e ao difícil cenário para aplicações no Brasil atual: de inflação e juros em alta com queda da atividade econômica.

A próxima pergunta então seria: onde investir os recursos lá fora? Atualmente uma parte considerável dos investidores aumentou sua parcela de recursos investidos no exterior. E quando perguntados como estão sendo alocados os recursos a resposta é quase sempre a mesma: “um pouco de ações e a maior parte numa carteira de bonds conservadora”. Mas o problema está justamente aí: o que foi conservador nos últimos 30 anos, pode ser de elevado risco agora.

A economia está passando por um momento sem precedentes na história econômica mundial, quando os Estados Unidos se preparam para retirar os mais de U$ 3 trilhões de liquidez colocados no mercado desde 2008. A simples perspectiva desse movimento já provocou uma significativa apreciação do Dólar contra quase todas as moedas (Euro, Yen, Libra, Dólar Canadense, Dólar Australiano, Real, etc), quedas fortes das commodities (vejam os casos do petróleo e cobre) e deve começar a prejudicar os emissores de pior classificação de crédito.

Neste cenário, permanecer numa carteira tradicional de ações e bonds apresenta um risco elevado. As ações já não estão baratas e os bonds estão nos preços mais altos da história! Mas o que fazer - como acontece com a quase totalidade dos nossos clientes - se o objetivo do investimento no exterior é representar uma reserva de segurança, uma poupança de longo prazo que não deve ser especulativa? Desta vez o básico não vai resolver. Temos necessariamente que abraçar estratégias mais sofisticadas: os fundos de Hedge.

Da mesma forma que recomendamos aos nossos investidores comprar dólares a R$ 2,18, e da mesma forma que recomendamos vender ações quando o Ibovespa estava em 63.000 pontos, acreditamos que os fundos Hedge são necessários na carteira de todos os investidores. Esses fundos têm liberdade para fazer operações mais sofisticadas e que podem ganhar dinheiro no cenário de alta dos juros. Se um investidor tem uma carteira com 20% em ações e 80% em bonds o ideal é que altere para, no mínimo, 20% ações, 30% em fundos Hedge e 50% em bonds. Desta forma o investidor continua a ganhar os juros dos bonds, mas se protege em caso de perda do principal. Na Sonar Investimentos, por exemplo, nossos fundos de Hedge (tanto no Brasil quanto no exterior) estão posicionados para ganhar com a alta dos juros internacionais. Existem diversos fundos deste tipo no mercado e o investidor deve buscar informações sobre eles junto ao seu banco ou diretamente junto ao gestor dos fundos. Este contato é fundamental para ter certeza de que está escolhendo a opção certa.

Sei que este passo requer que o investidor saia da sua zona de conforto de investir em bonds e ações, mas o cenário econômico atual exige uma mudança de postura do investidor. Essa decisão pode ser a diferença entre ganhar ou perder dinheiro nos próximos meses e anos. 

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